Copo. Caneca. Prato. Colher. Garfo. Faca. Pauzinhos. Taça. Chávena. Bule. Panela. Toalha de mesa. Vela.

O que estamos a alimentar? Porque que estamos aqui? O que queres dar? O que estás a receber? De onde vem? Pensas com a boca? Alguém o preparou para ti? Ás vezes fazes também para ti própria? O que ficou? Trouxeste-o contigo? Sentes saudades disso? Tens saudades deles? Consegues partilhá-lo com outros? Queres mais? Comeste suficiente? Estás a ir para dentro? Está aí? Consegues encontrá-lo?

À Flor de Pele é uma peça que se constrói partindo da sensação das emoções à superfície da pele, que oscilam entre o subtil e o descomunal Onde podemos estar à beira de florescer ou de explodir.

Partindo das emoções sentidas pelas experiências de imigração e perda, cria-se um espaço de calor, evocando memórias de amizade, lar e comunidade. Abraçando o presente e o passado com histórias de pessoas que vivem no nosso interior, olhamos os gestos que recebemos delas. Nesta performance, meditamos sobre práticas de cuidar, evocando memórias e rituais que derivam da nossa sopa de origens, olhamos objectos e alimentos que carregamos através do tempo preenchidos por histórias de dor e amor.

Performance realizada em colaboração com Matilde Gazeau Frade.